Uma Lenda Relembrada: A Incrível Vitória de Frank Bristow em Lerwick
Internacional- Em 2008, Frank Bristow realizou a ambição de uma vida inteira ao conquistar a “Copa do Rei” (King’s Cup) de Lerwick — um feito construído ao longo de quase duas décadas. Sua vitória não foi uma surpresa para quem conhecia sua trajetória. Frank, que infelizmente já nos deixou, é lembrado hoje não apenas como um mestre columbófilo, mas também como um ser humano maravilhoso: gentil, humilde e admirado por todos que o conheceram.
Não foi inesperado quando o jornal British Homing World anunciou que Frank havia conquistado o prêmio máximo das corridas de North Road (Rota Norte), vencendo o 1º Geral do North Road Championship Club (NRCC) de Lerwick contra 1.699 pombos e levantando a prestigiada Taça Rei George. Anos antes, ao visitar o excelente pombal de Frank na vila de Horbling, em Lincolnshire, ficava evidente a qualidade tanto do columbófilo quanto de suas aves. Vencer esta exigente prova de 800 km (500 milhas) era um sonho de Frank desde que entrara no esporte, mais de meio século antes.
A Vitória Consagradora
O Nacional de Lerwick do NRCC de 2008 provou ser um evento duríssimo, voado sob vento sudoeste (contra o vento), com apenas 39 pombos constatados no dia. A velocidade do vencedor de Frank foi impressionante: 1.100 metros por minuto (ypm).
O campeão, batizado posteriormente de ‘Kezie’, era um macho azul pedrado de quatro anos, criado por Brian Barnes e voado no sistema de viúvez clássica. O pombo já possuía vários resultados notáveis em seu currículo. Frank escolheu o nome ‘Kezie’ em homenagem ao seu falecido avô, que carregava esse apelido. A notícia desta vitória soberba foi recebida com entusiasmo por todos que respeitavam profundamente o trabalho de Bristow.
O Pombal e as Instalações
As instalações de Frank eram amplamente consideradas algumas das melhores já vistas. Seu pombal em formato de “L”, construído em alvenaria em 1976 e com dois andares, não era apenas visualmente impressionante, mas altamente funcional. O andar superior era dividido: de um lado, quatro seções para os machos viúvos; do outro, espaço para os borrachos e para as fêmeas viúvas. No andar térreo, ficavam alojados cinquenta e cinco casais de reprodutores.
As seções de corrida possuíam estrados (grelhas) no chão. A entrada dos machos viúvos era feita através de janelas/portas abertas, enquanto os filhotes entravam através de sputniks. As aves desfrutavam de espaço amplo e acesso a grandes voadeiras de arame durante o verão.
Linhagens e Filosofia de Criação
Com mais de 50 anos no esporte, Frank nunca confiou apenas em “pedigrees” ou nomes famosos. Ele praticava uma filosofia simples: acasalar o melhor com o melhor, independentemente da origem. Suas linhagens base incluíam Janssen, Wildemeersch, Haelterman e a renomada linha de Albert De Groote (intimamente ligada à célebre família D’Hondt). Quando um casal produzia consistentemente pombos de exceção, ele o mantinha unido; caso contrário, testava os parceiros com outros pombos. Ele acreditava firmemente que, na columbofilia moderna e competitiva, apenas os melhores pombos mantêm um columbófilo no topo.
Entre seus reprodutores de destaque estava o aposentado ‘Sammy’, um macho azul lápis (Wildemeersch) que havia vencido 1º Northallerton, 1º Morpeth, 1º Berwick, 1º Fraserburgh e 1º Lerwick. Sua companheira, uma fêmea Wildemeersch, também era múltipla vencedora de primeiros prêmios.
Frank geralmente acasalava seus reprodutores na época do Natal, dedicando dias para garantir a compatibilidade. Os casais tipicamente criavam duas ou três ninhadas antes de serem separados em meados de junho.
Métodos de Competição
Frank gostava de competir em todas as distâncias e venceu na Federação a partir de todos os pontos da Rota Norte. Entre 1990 e 1998, ele garantiu incríveis 268 primeiros prêmios, além de vitórias de seção no NRCC. Um destaque foi um macho lápis (Staf Van Reet) que, somente em 1998, venceu o 1º de Perth e o 1º de Thurso, garantindo o Prêmio de Meio-Fundo da RPRA. Outro voador excepcional foi o ‘Prince Albert’, um macho azul pedrado (D’Hondt) que venceu a 1ª Seção do NRCC Berwick como borracho e muitos prêmios na viúvez como adulto.
Frank competia na Peterborough Central Federation — uma área vasta e com clubes fortes — onde frequentemente ocupava as seis primeiras posições do ranking.
O Manejo da Viúvez
Ele voava tanto machos quanto fêmeas em viúvez. O acasalamento ocorria em janeiro, permitindo que criassem um filhote ou chocassem ovos transferidos. Os voadores eram separados em abril, depois re-acasalados e autorizados a chocar por cerca de oito dias antes de entrarem definitivamente no regime de viúvez.
Durante a preparação, as aves recebiam cinco ou seis treinos de estrada de até 40 km (25 milhas). Após isso, não era necessário mais treino de estrada; os voos diários ao redor do pombal e as corridas semanais mantinham a forma. Frank seguia o sistema básico de viúvez, mostrando as fêmeas na noite do encestamento e no retorno das corridas. A alimentação era gerida com detalhes meticulosos, utilizando misturas comerciais de alta performance. Os borrachos (filhotes) eram voados no sistema de escurecimento (darkness) e acasalados para competir em semi-viúvez.
Frank Bristow deixa um legado de excelência. Ele provou que a consistência vem da dedicação, da observação e da qualidade dos pombos, sendo eternamente lembrado como um dos grandes nomes da columbofilia mundial.
Sua História Também Merece Destaque
A trajetória de Frank Bristow nos inspira, mas sabemos que a columbofilia brasileira também é repleta de grandes lendas e momentos emocionantes. E você, sócio da FCB? Tem uma vitória inesquecível, um pombo que marcou sua vida ou uma história de superação no esporte? Nós queremos conhecer a sua trajetória! Entre em contato com a nossa Assessoria de Imprensa e compartilhe suas conquistas. Vamos juntos valorizar e eternizar os nossos próprios campeões aqui no site da Federação.
Assessoria de Imprensa