Biodrones ou Atletas? Entenda a diferença entre o projeto militar russo e a verdadeira Columbofilia

Enquanto a tecnologia busca transformar aves em robôs controlados, a columbofilia celebra o instinto natural, a orientação biológica e o bem-estar animal.


Nesta semana, o mundo voltou os olhos para uma notícia vinda da Rússia: o desenvolvimento de pombos equipados com neurochips, apelidados de “biodrones”, capazes de serem controlados remotamente por impulsos elétricos no cérebro.

A tecnologia, desenvolvida pela empresa Neiry, reacendeu debates sobre o uso de animais em conflitos e vigilância.

Para nós, da Federação Columbófila Brasileira (FCB), e para columbófilos de todo o mundo, é fundamental esclarecer as enormes distâncias éticas e práticas que separam esse tipo de experimento do nosso esporte.

Instinto vs. Controle Artificial

A essência da columbofilia é o amor ao lar.

Um pombo-correio de competição volta para casa porque quer, movido por um instinto de orientação milenar e pelo vínculo com seu tratador e seu território.

O “biodrone” russo opera na lógica oposta: ele obedece porque deve.

O chip anula a vontade da ave, transformando-a em um mero hardware biológico. O columbófilo admira a inteligência da ave; o projeto militar busca suprimi-la.

O Pombo Atleta e o Bem-Estar

Na columbofilia moderna, o pombo é tratado como um atleta de elite. Nutrição balanceada, vacinação rigorosa, treinos progressivos e descanso adequado são a norma.

O nosso objetivo é a longevidade e a saúde do animal.

Em contrapartida, projetos que envolvem implantes intracranianos e cirurgias invasivas para fins militares levantam sérias questões éticas sobre o bem-estar animal.

A FCB reitera que a integridade física e mental das nossas aves é a prioridade absoluta do esporte.

A Tecnologia a Favor do Esporte

Nós também usamos tecnologia, mas para proteger e cronometrar. Nossos anéis eletrônicos e sistemas de GPS servem para garantir a justiça nas competições e monitorar a segurança do retorno, jamais para interferir na biologia ou no livre arbítrio do voo.

A capacidade dos pombos sempre fascinou a humanidade, seja na comunicação antiga ou na ciência moderna. No entanto, é dever da FCB educar a sociedade: o que vemos nos noticiários sobre “pombos ciborgues” é um experimento de laboratório. O que vemos em nossos pombais, todos os dias, é a celebração da natureza, do respeito e da parceria entre homem e ave.

Continuaremos voando, mas sempre guiados pelo coração e pelo instinto natural de nossos campeões.

A informação sobre o desenvolvimento dos “biodrones” na Rússia,  pombos equipados com interfaces neurais para controle remoto, foi repercutida internacionalmente e detalhada em matéria publicada pelo jornal Extra. O artigo completo, que explora as implicações tecnológicas e militares desse projeto liderado pela empresa Neiry, pode ser acessado diretamente através deste link: Putin lança ‘biodrones’: Pombos com chips no cérebro são controlados à distância na Rússia.

Assessoria de Imprensa

 

 

Deixe um comentário

Rolar para cima